terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Carnaval da morte

O carnaval e a morte são termos incompatíveis porque um significa a busca da alegria, festa, prazeres, folguedo e o outro representa tristeza, dor, angústia, aflição, saudade. 
O carnaval surgiu desde quando a igreja de Roma resolveu estabelecer a Quaresma (quarenta dias antes da pascoa), um período de abstinência quando não se deve comer carne, tomar bebidas alcóolicas ou praticar nada que venha representar festividade, folguedos. 
Os foliões e os glutões resolveram então despedir-se das festas na véspera da Quaresma,  na terça-feira anterior, e comemoraram com um grande banquete, com bailes, danças, praticando tudo que era proibido durante a Quaresma. Esta comemoração estendeu-se ao domingo  e a segunda, posteriormente, tomando o nome de carnaval (festa da carne).  
Na Bíblia encontramos um carnaval que entrou para a historia nos dias de Moisés quando o povo aproveitou a ausência de Moisés, que estava no monte recebendo as leis que Deus escrevera nas tábuas de pedra, rejeitando a Deus e as suas leis, resolveram construir para si um ídolo de ouro e voltar para o Egito realizando assim um grande carnaval antes da partida. 
Deus ficou tão indignado que decidiu destruir aquele povo que Ele havia tirado do Egito e começar um novo povo com a pessoa de Moisés, assim, como Ele havia feito com Noé. Mas, pela intercessão daquele homem de Deus, o  Senhor não o fez. Quando  Moisés chegou ao pé da montanha, que viu o bezerro de ouro, arrojou por terra as tábuas da lei escritas por Deus, tomou o bezerro de ouro, queimou, moeu e espergiu o pó sobre o riacho e deu para o povo beber. A Bíblia diz que o povo estava desenfreado; sabemos que foi uma inspiração satânica visando desfazer tudo aquilo que Deus havia falado e escrito sobre a lei. Se não, vejamos; tudo que Deus proibiu  na lei eles faziam ao contrario. Naquele bacanal, o povo estava totalmente desenfreado, isto é, sem freio. A lei começava dizendo: Não terás outros deuses diante de mim; não farás para ti imagens de escultura; não adulterarás; não darás falso testemunho... Tudo isto eles fizeram naquele carnaval. Construíram um bezerro de ouro, tomaram para si outros deuses, para voltarem ao Egito, adulteraram, beberam, fizeram uma bacanal e se rebelaram contra Deus. 
O Inimigo preparou aquele carnaval para desfazer tudo o que Deus havia ordenado. 
Moisés desafiou o povo dizendo: Quem é do Senhor venha para cá. Todos aqueles que eram do Senhor se ajuntaram a Moisés e juntos mataram naquele dia 30 mil rebeldes. Assim, aquele carnaval que deveria ser um momento de comemoração, festa e alegria transformou-se no carnaval da morte. 
Depois, Moisés voltou ao monte e recebeu novas tábuas da lei. Quando desceu do monte o seu rosto brilhava de sorte que as pessoas não podiam olhar para seu rosto e caiu grande temor sobre o povo. 
Isto nos faz lembrar que quando Jesus subiu ao monte da transfiguração para ser sagrado como o Messias, Ele levou consigo Pedro, Tiago e João e apareceram Elias e Moisés que desceram dos céus. Entre estes dois Jesus brilhava mais do que Moisés e Elias. Moisés representava a lei e Elias representava os profetas. Depois disso Moisés e Elias desapareceram e um voz saiu de dentro da nuvem dizendo: “Este é meu filho amado, a Ele ouvi ”. Jesus agora estava revestido da autoridade de Messias e desceu do monte para cumprir sua missão.
Tanto os apóstolos como o povo em geral esperava que Ele fizesse os sinais que Moisés fizera, inclusive, trazer do monte duas tábuas da nova lei escritas em pedra.  Jesus, no entanto, desceu com  mãos vazias e do mesmo modo quando Moisés desceu do monte e encontrou uma recepção preparada pelo diabo para desfazer a lei que acabara de ser escrita, satanás preparou também uma terrível recepção para desmoralizar Jesus quando descesse do monte.  
Veio ao encontro Dele uma multidão trazendo na frente um dos mais terríveis demônios que só se podia expulsar com jejum e oração, e disseram a Jesus: trouxemos este endemoniado para teus discípulos e eles não o puderam expulsar, se tu podes fazer alguma cousa tem misericórdia de nós. Era um desafio diante de uma grande multidão visando desmoralizá-lo. Mas Jesus os repreendeu dizendo: “ó geração incrédula, até guando os suportarei” e voltando para o endemoniado disse: “sai dele”, e ele saiu deixando-o livre. 
Ficamos a pensar porque Jesus não desceu do monte com as tábuas da nova  lei. Porque as palavras de Jesus eram muito mais fortes do que as tábuas da lei. Ele disse: passarão os céus e a terra mas as minhas palavras não hão de passar. As tábuas que Moisés trouxe se romperam porque eram de pedra, mas, as palavras de Jesus são mais forte que as pedras do mundo todo e o céu hão de passar. Ele não precisava de escrever muito pois trazia apenas um novo mandamento: "um novo mandamento vos dou  que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei" e isso é suficiente. Suas palavras  jamais se apagarão porque Ele é a própria Palavra encarnada. 

 Pr. Rosivaldo de Araújo