sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A Chegada da Primavera

Depois que o inverno passou e a primavera chegou a cigarra voltou a cantar. A princípio eram poucas, depois algumas dezenas, e por último uma imensa orquestra florestal. Geralmente, ao fim da tarde, na magia do crepúsculo a qual chamam os poetas de happy hour, os religiosos de hora do Angelus  e os literatos de hora crepuscular. 
É justamente dentro desta magia que se ouve um canto misterioso, melancólico e saudoso que a uns provoca sentimentos contraditórios, indefinidos, parecendo um cântico de sereia ou de vozes vindas do além de seres etéreos, convidando-nos a uma viagem pelo infinito. Talvez, o resto de um canto sideral vindo do princípio da criação quando às estrelas juntamente cantavam, como nos conta Jó ou talvez “anjos tocando em harpa alguma canção de ave”. O certo é que o coração se enche de sentimentos contraditórios, saudades de um passado já vivido ou de um futuro remoto ainda desconhecido.  
Logo no princípio da minha vida quando as sombras da tarde desciam sobre o Vale do Jequiriçá(BA), o canto da cigarra era para mim uma advertência lembrando-me de que já era hora de deixar a brincadeira e ir para a casa. Então, ficava postado em pé junto ao rio. Vinha, então, da mata que ficara do outro lado, um som prolongado e saudoso que começava por: ‘se, se, se...’, era a cigarra anunciando o fim do dia. E, eu perguntava:  
- Que se se é este cigarra?  
- E ela respondia:  
- Se você não for logo para casa para tomar banho, provavelmente, vai levar um puxão de orelhas. E eu corria para casa enquanto “lá no alto o sino da capela tocava as badaladas da Ave Maria e a lua nascia por detrás da serra anunciando que acabou o dia”. 
Mais tarde nos anos juvenis no planalto jaguaquarense eu saia da banca do colégio e depois de refrescado com um parcimonioso banho ia dar uma volta pelo campo de futebol, então a cigarra começava o seu canto prolongado e profundo diferente das cigarras do Vale do Jequiriçá. Canto que suscitava saudades do povo da minha terra. Então, mergulhava em meus pensamentos e ouvia o orfeão cantando As férias: “Após um ano de lutas insanas mui esperadas as férias são com alegrias e felicidades, êi-las chegando então” (As férias – Stela c. Dubois)” 
        Batia a saudade do colégio e dos colegas que logo estariam deixando o Taylor Egídio e a magia daquele canto ia despertando o coração. Olhava o céu e associava o canto etéreo da cigarra ao brilho doirado do crepúsculo. O pensamento agora se transportava para o coral da Igreja do colégio que cantava os versos de minha professora de música: “olhando o céu doirado em rósea luz Minh‘alma inteira adora a Ti, Jesus. Maior que o triste pecar é Seu amor sublime e singular que trouxe aos homens a eterna salvação” (Louvores Eternais – S. C. Dubois). 
Nesta hora eu mergulhava na mais profunda adoração e só era despertado pelo toque da campanhia do refeitório convidando-nos para a última refeição do dia. Lá embaixo no vale algumas casas brancas pontilhavam o verde esmaecido da caatinga cinzenta que as sombras da noite logo se incumbiriam de apagá-los totalmente.  
Afinal, parecia que transmitia-nos uma mensagem inacabada que começava dizendo:  
- Se... se... se... E nunca concluia a frase. Talvez 
quezessem transmitir-nos uma mensagem do criador:  
“-Se fizerdes o que Eu vos mando, verdadeiramente sereis meus discipulos” (João 15); 
“- Se quiserdes e ouvirdes, comereis o bem desta terra” ( Isaías 1.19); 
“- Se vós estiverdes em Mim e as Minhas palavras estiverem em vós pedireis o que quiserdes e vos será feito” (João 15.7); 
“- Se amardes uns aos outros verdadeiramente sereis meus discípulos (Jesus)” (João 13.35);  
E a voz da cigarra prossegue: Se... se... se... . Esse ‘se’ talvez seja também uma interpretação dos anelos da criatura regenerada:  
“Ah!... se eu tivesse mil vozes para o Universo encher com louvores de Cristo que singular prazer!”,  “Se eu puder cantar toda glória que brilha no meu coração... Pudesse contar do meu Mestre e o mundo prestasse atenção, correria até a cidade, chegaria até o sertão, contando os ensinos de Cristo do Seu grande amor e perdão!”.  
Continua as palavras da criatura:  
“- Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rom. 8.31).  
“- Se O negarmos, Ele também nos negará; se, porém, formos infiéis, Ele continuará fiel, pois, não pode negar-se a Si mesmo” (2 Tm 2.13); 
“- Se andarmos na luz como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (I João 1.7).  
E a cigarra cantava o seu canto indefinido: “- Se... se.. se...”, trazendo-nos ainda mais algumas mensagens do Criador: 
“- Se fordes misericordiosos, alcançareis misericórdia” (Mat. 5.7); 
“- Se fordes pacificadores sereis chamados filhos de Deus” ( Mat. 5.9 ); 
“- Se fordes mansos, herdareis a terra “(Mat. 5.5); 
“- Se fordes limpos de coração vereis a Deus” (Mat. 5.8); 
“- Se o meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar e orar e buscar a minha face e se converter dos seus pecados eu sararei a sua terra” (II Cron. 7.14); 
“- Se me buscardes de todo o coração achar-me-eis” (Jer. 29.13); 
“- Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta Eu entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo (Apc. 3.20); 
“Se alguém tem ouvidos para ouvir ouça” (Apoc.3.22). 
“- Se creres verás a glória de Deus” (João 11.40); 
E assim, o cântico da cigarra vai nos advertindo de que a verdadeira felicidade para ser alcançada depende de alguma condição: Se...Se...Se...  
          - E a cigarra cantava até as luzes do dia se apagarem totalmente. 


Pr. Rosivaldo de Araújo. 

sexta-feira, 23 de março de 2012

“O Mais Valente”


Conquistar uma cidade parece-nos ser uma tarefa das mais árduas que requer sabedoria, estratégia e muita coragem. Poucos foram aqueles que conseguiram realizar tal façanha. Não foi fácil conquistar-se a cidade de Berlim ao fim da 2ª guerra mundial, bem como, não foi de pequena monta para Davi conquistar das mãos dos jebuzeus a fortaleza de Sião e subjugar a cidade de Jericó conquistada somente pela intervenção divina.
No entanto, muitos desses conquistadores fracassaram em outras áreas diante de coisas bem mais frágeis. Certa feita estava em visita a um ilustre colega, do nordeste, quando entrou um grande amigo nosso, homem dedicado à evangelização, grande contribuinte da igreja, que gostava muito de ajudar e contribuir para os obreiros, missionários da igreja; ele estava visivelmente irritado com algumas coisas que aconteceram na igreja que o afetaram grandemente, e dirigiu-se ao pastor da igreja com palavras muito pesadas, cheias de rancor contra a igreja e contra as pessoas que o ofenderam, embora fosse pessoa tão boa não tinha domínio algum sobre o seu gênio violento, e aquele pastor, nosso colega, homem muito sábio e sereno ouviu tudo e tomando a Bíblia deu-a ao irmão para que o acompanhasse na leitura, e leu para ele sem muitos comentários apenas este versículo de Provérbios: “Melhor é o longânimo, do que o valente, e o que governa o seu espirito do que o que toma uma cidade” (Provérbios 16.32). O amado irmão após a leitura fechou a Bíblia, fechou a sua boca e ainda murmurando algumas palavras de revolta retirou-se deixando sua indignação pra trás.
A história secular relata o triste fato de “Alexandre o Grande” que depois de dominar um grande império sucumbiu diante de 16 canecas de vinho nas comemorações de sua vitória.
Domínio próprio é o fruto do Espirito mais difícil e mais raro de se encontrar produzidos pelos servos de Deus. Dos discípulos de Jesus o que menos demonstrou domínio próprio foi Pedro e, no entanto, esse era o que Jesus mais amava; também semelhante a Pedro era João conhecido por Boanerges, filho do trovão, mas depois de ser transformado passou a se chamado filho do amor e era o discípulo que mais amava Jesus.
Há um jovem que demonstrou com muita galhardia esse fruto produzido em sua vida. Em circunstâncias bem favoráveis esse jovem foi tentado pela mulher de seu patrão, mulher bonita e rica, resistiu-lhe fugindo e assumindo a culpa; inocentemente foi preso, mas a verdade o libertou mais tarde. José dominou seu espírito e conquistou não apenas uma cidade, mas um país inteiro.
O domino próprio é um dos mais preciosos frutos que o espirito humano pode produzir sob a ação do Espirito de Deus. O domino próprio é o pré-requisito que Jesus estabelece para aqueles que o querem seguir: negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz a  cada dia “Nenhum deles se perdeu a não ser o filho da perdição” (Jesus o declarou). O domínio próprio evita a cobiça, o adultério, o furto, a violência, a inveja, uma serie outras de erros e pecados que assediam o espirito humano. Tem sido responsável por muitas dissoluções de casamentos, de divisão de igrejas, de fracasso de muitas firmas; se os homens tivessem o domínio próprio muito desvio de verbas publica seriam evitados, inclusive, muitas guerras e conflitos teriam sido abortados pela atuação de homens sensatos que possuem domínios próprios.
O mundo aplaude os valentes!
Aqueles que vencem a luta livre e consegue colocar o inimigo no chão usando sua força física, não importando os danos e as sequelas causados ao adversário, o mundo os aplaude; o importante que eles sejam vencedores, a exemplo das lutas de MMA.
O mundo aplaudiu Napoleão Bonaparte, Lenin a Stalin, a isto nos atesta o livro “Os Três Dias Que Abalaram o Mundo” (da revolução comunista); consta-se por exemplo que Napoleão na campanha da Rússia partiu da Europa com um exército de  seiscentos e cinquenta mil homens e retornou de lá derrotado, apenas com cento e cinquenta mil, embora tendo perdido trezentos mil homens foi aplaudido pelo povo. Estes são considerados valentes que, o mundo aplaude. Aplaudem ainda, aqueles que a custo de negociatas e falcatruas conseguem burlar a lei e de subornar os mais fracos, para auferir grandes lucros e ostentarem um poder que não tem; sabemos que por trás de tudo isso está agindo incessantemente o gênio do mal que induz os homens a perdição, ao vício e a rebelião contra Deus.
Deus, no entanto, dispõe de um poder ilimitado no qual habita a plenitude do universo e que está igualmente presente nesse mundo agindo no homem e entre os homens. Esse Ser é o mais valente (Jesus) e “que entrando na casa amarra o valente e o expulsa”, capacitando o homem para enfrentá-lo. Aquele que leva o homem a controlar seu espirito, a agir com prudência e sabedoria, e assim, conseguir destruir as obras do mal, de sorte que, o valente voltando não encontrará mais guarida na vida do homem.      
Felizmente a humanidade por fim pôde respirar aliviada e segura porque nasceu entre os homens um que dominou totalmente seu espírito, no episódio da cruz do calvário e diante de seus adversários mais ferrenhos não abriu a sua boca e pôde proclamar ao fim da sua trajetória terrena:
Eu Venci o Mundo!
Ele não conquistou apenas uma cidade, nem um povo, nem um império, mas, conquistou o Universo através do sangue da sua cruz, reconciliou todas as coisas com Deus.  “É mais valente o homem que domina o seu espirito do que aquele que conquista uma cidade”. 
Ele venceu o universo!

                                                                                             Pr. Rosivaldo de Araújo                                                                              

quinta-feira, 8 de março de 2012

A contribuição da mulher na construção da civilidade

A mulher criou asas alçou voo e alcançou os píncaros das glórias deste mundo. Quem entra em New York de navio deve passar no porto de Manhattan onde se encontra a estátua de uma mulher nas alturas da montanha representando a liberdade com uma tocha na mão e um livro na outra. É um símbolo da Ascenção da mulher nestes 20 séculos. Ela tem alcançado os mais eminentes postos de comando da terra. Na ciência, na politica até nas forças armadas e no comando de vários organismos internacionais.
Até pouco tempo eu guardava comigo o recorte de um jornal que noticiava e estampava a fotografia de uma mulher negra eleita para presidente da Assembleia da ONU.
Antes disso, a mulher não tinha direito nem de expor seus pensamentos e assinar suas obras literárias; muitas dessas obras que hoje são conhecidas como obras literárias produzidas por vários expoentes foram, na verdade, escritas por suas mulheres. No entanto, usaram os nomes dos esposos para obterem aceitação da sociedade.
Hoje a partir dos tempos modernos podemos por em destaque os nomes de muitas mulheres no cenário internacional, que por sua firmeza de caráter e de propósito defenderam seu povo e conseguiram reconhecimento das demais nações, por exemplo: a 1ª ministra de Israel, Golda Meir que ficou conhecida como a mãe de Israel moderno, que, pela sua firmeza de posição conseguiu influenciar bastante na formação desse novo estado após a segunda guerra mundial.
Outro nome de mulher que se destacou com admiração foi, também, a 1ª ministra da( Índia, Indira Gandhi que teve atuação decisiva na defesa de seu povo. “Em 1945, quando os britânicos finalmente perceberam que não podia mais segurar a Índia. A Ascenção de uma mulher, Indira Gandhi, para a posição mais alta na democracia mais populosa do mundo foi especialmente significativa para as mulheres indianas, que tradicionalmente tinha sido subserviente aos homens. Além disso, ela também foi uma inspiração para pessoas de outros países do Terceiro Mundo”(Trecho retirado da internet).
Também aqui na nossa Pátria temos nossas heroínas, como seja, Maria Quitéria que liderou as mulheres cachoeironas na Bahia para enfrentar as tropas portuguesas que pretendiam impedir o movimento pela independência do Brasil. Isto para não falar em Joana Angélica e outras. Não podemos esquecer a figura imponente da Princesa Isabel que numa atitude decisiva decretou a Lei Aurea abolindo a escravidão no nosso País. Quem não tira o chapéu para o nome Maria da Penha? Símbolo da luta pela defesa das mulheres opressas e das crianças desprotegidas e atacadas inescrupulosamente. E hoje, sobretudo já contamos na presidência da República com a figura de uma mulher, destemida e empreendedora, Dilma Rousseff.
Mas, dentre muitas outras temos uma voz feminina que se destaca nas páginas da Bíblia declarando em meio à oposição de todas as autoridades que Jesus era o Justo; trata-se de Cláudia Prócula, a mulher de Cônscio Pilatos.
Mas, ainda temos nas paginas da Bíblia nomes como Ester, a rainha que arriscou a sua vida para salvar o seu povo no império Persa. Foi à Bíblia (a lei de Deus) que deu dignidade a mulher nesse mundo e um lugar de honra para brilhar junto aos homens, nesse drama maravilhoso da redenção, onde todos os homens se irmanam e se igualam ao pé da cruz de Cristo.
Agora quando comemoramos mais uma vez os dias internacionais da mulher não podem omitir o nome de Maria, aquela que trouxe um brilho especial para dignificar o elemento feminino ao receber o titulo de “Bendita és tu entre as mulheres” conferidas por Deus através de um anjo.
A dignidade, a discrição, a nobreza e a humildade com que Maria tratou as coisas do reino dos céus demonstraram a sua elevada posição diante do Senhor e a tornou digna diante de Deus para cuidar do Filho do Altíssimo, do Rei dos Reis, do Príncipe da Paz. Portando; “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre” – JESUS!

Pr. Rosivaldo de Araujo



sexta-feira, 2 de março de 2012

Contagem regressiva - Que horas são da noite?


Isaías 21.11

Esta pergunta foi feita com muita frequência nesse último fim de semana, quando se deu a mudança do horário de verão para o horário de inverno. Estudantes, operários, operadores de transportes, escolas, fábricas, escritórios, todos dependiam de ajustarem seus relógios ao novo horário para poder trabalhar com eficiência.
Esta ansiedade do homem por saber o andamento do tempo surgiu desde que, o homem adotou a filosofia: Time is Money. Quanto mais tempo poupado, mais a produtividade e o lucro aumentam. Tudo depende hoje dos relógios para funcionar, até mesmo as igrejas, e os encontros quer seja de homens de negócios ou encontros românticos, tudo está preso a uma cadeia que se prende aos pulsos das pessoas, fazendo do homem um escravo do tempo.
Para marcar as horas, o homem criou o relógio, a fim de lhe dar mais segurança e pontualidade. Como então se comportavam aqueles que, viveram antes de se criar o relógio? Os navegantes se orientavam pela posição das estrelas e dos astros nos céus. As pessoas que dispunham de mais recursos financeiros construíram relógios baseados na sombra que o sol projetava sobre uma superfície plana. Temos na Bíblia o relógio de Acaz: “Eis que farei que a sombra dos graus, que passou com o sol pelos graus do relógio de Acaz, volte dez graus atrás. Assim recuou o sol dez graus pelos graus que já tinha andado” (Isaías 38.8).
Existiram grandes relógios famosos, como o Big Ben na torre de Londres, por onde até hoje se orienta uma boa parte da hora oficial da Europa, e tantos outros aos quais poderíamos nos referir. Mas, a grande verdade de tudo isso é que, ninguém passa por essa terra sem se incomodar com o relógio e com as horas que marcam os dias, os meses, os anos e os séculos.
Tudo nos faz crer que cada um de nós recebe de Deus uma cota de anos para serem vividos e realizarmos as tarefas que recebemos do Pai. Segundo o filosofo alemão, Heidegger, o homem é ser para a morte”. Por isso, é justificável essa preocupação de muitos por saber quanto tempo ainda tem nesse mundo e até recorrem a adivinhos e cartomantes para saber sobre o futuro e os dias que lhes resta aqui na terra.
Na Bíblia podemos encontrar um exemplo muito marcante que atesta esta verdade: O rei Ezequias recebeu da parte de Deus um recado trazido pelo profeta Isaías que lhe dizia: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás” (Isaías 38.1). Isso nos dá a entender de que a cota de anos que ele dispunha para viver nessa terra esgotou-se. É como se Deus lhe dissesse: Ezequias apressa-te em concluir a tua obra porque o teu fim é chegado! Mas, pelas suas lágrimas e orações, Deus lhe concedeu um crédito especial de mais 15 anos; é como se estivesse a dizer: Ezequias, eu estou lhe dando esse crédito para possibilitar a você pôr sua casa em ordem.
Se Deus estabeleceu um tempo para nós vivermos aqui na terra, 70 ou 80 anos (Salmos 90.10), devemos nos empenhar para dentro desse período realizar as obras nobres e sublimes como seus filhos que somos e agradar a Deus. Ninguém fique a esperar que Deus vai conceder mais um pequeno crédito para completar a sua obra. Por isso, Jesus disse a todos: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João 9.4).
Busquemos na Bíblia as coisas que estão determinadas a todos os homens executarem aqui na terra. Ouçamos os mensageiros de Deus que nos advertem constantemente, como por exemplo, nos diz Paulo: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios mas, como sábios remindo o tempo; porquanto, os dias são maus” (Efésios 5.15,16). Aconselho que, façamos constantemente a oração de Moisés, homem que soube viver com Deus mais de 100 anos: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que, alcancemos corações sábios” (Salmos 90.12).
Alceu Amoroso Lima (o Tristão de Ataíde) nas suas observações sobre a vida escreveu em seu livro Idade, Sexo e Tempo que “a vida é como um bom vinho que deve ser sorvido em goles regulares e com cautela (infância, juventude e maturidade) mas que as pessoas, principalmente, os jovens não tem paciência de esperar o tempo chegar e querem sorver a vida de uma só vez, de sorte que, vemos muitos jovens com os rostos já cansados e dando sinais de esgotamento porque ainda antes dos 30 anos já esgotaram o cálice da adolescência, da juventude e da maturidade e nada mais tem a apreciarem desse mundo”. 
Portanto, não nos preocupemos em saber a que horas estamos da noite, como disse o sábio Salomão: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”  (Eclesiastes 3.1).

Deus está no controle! Amém! 

Pr. Rosivaldo de Araújo

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Carnaval da morte

O carnaval e a morte são termos incompatíveis porque um significa a busca da alegria, festa, prazeres, folguedo e o outro representa tristeza, dor, angústia, aflição, saudade. 
O carnaval surgiu desde quando a igreja de Roma resolveu estabelecer a Quaresma (quarenta dias antes da pascoa), um período de abstinência quando não se deve comer carne, tomar bebidas alcóolicas ou praticar nada que venha representar festividade, folguedos. 
Os foliões e os glutões resolveram então despedir-se das festas na véspera da Quaresma,  na terça-feira anterior, e comemoraram com um grande banquete, com bailes, danças, praticando tudo que era proibido durante a Quaresma. Esta comemoração estendeu-se ao domingo  e a segunda, posteriormente, tomando o nome de carnaval (festa da carne).  
Na Bíblia encontramos um carnaval que entrou para a historia nos dias de Moisés quando o povo aproveitou a ausência de Moisés, que estava no monte recebendo as leis que Deus escrevera nas tábuas de pedra, rejeitando a Deus e as suas leis, resolveram construir para si um ídolo de ouro e voltar para o Egito realizando assim um grande carnaval antes da partida. 
Deus ficou tão indignado que decidiu destruir aquele povo que Ele havia tirado do Egito e começar um novo povo com a pessoa de Moisés, assim, como Ele havia feito com Noé. Mas, pela intercessão daquele homem de Deus, o  Senhor não o fez. Quando  Moisés chegou ao pé da montanha, que viu o bezerro de ouro, arrojou por terra as tábuas da lei escritas por Deus, tomou o bezerro de ouro, queimou, moeu e espergiu o pó sobre o riacho e deu para o povo beber. A Bíblia diz que o povo estava desenfreado; sabemos que foi uma inspiração satânica visando desfazer tudo aquilo que Deus havia falado e escrito sobre a lei. Se não, vejamos; tudo que Deus proibiu  na lei eles faziam ao contrario. Naquele bacanal, o povo estava totalmente desenfreado, isto é, sem freio. A lei começava dizendo: Não terás outros deuses diante de mim; não farás para ti imagens de escultura; não adulterarás; não darás falso testemunho... Tudo isto eles fizeram naquele carnaval. Construíram um bezerro de ouro, tomaram para si outros deuses, para voltarem ao Egito, adulteraram, beberam, fizeram uma bacanal e se rebelaram contra Deus. 
O Inimigo preparou aquele carnaval para desfazer tudo o que Deus havia ordenado. 
Moisés desafiou o povo dizendo: Quem é do Senhor venha para cá. Todos aqueles que eram do Senhor se ajuntaram a Moisés e juntos mataram naquele dia 30 mil rebeldes. Assim, aquele carnaval que deveria ser um momento de comemoração, festa e alegria transformou-se no carnaval da morte. 
Depois, Moisés voltou ao monte e recebeu novas tábuas da lei. Quando desceu do monte o seu rosto brilhava de sorte que as pessoas não podiam olhar para seu rosto e caiu grande temor sobre o povo. 
Isto nos faz lembrar que quando Jesus subiu ao monte da transfiguração para ser sagrado como o Messias, Ele levou consigo Pedro, Tiago e João e apareceram Elias e Moisés que desceram dos céus. Entre estes dois Jesus brilhava mais do que Moisés e Elias. Moisés representava a lei e Elias representava os profetas. Depois disso Moisés e Elias desapareceram e um voz saiu de dentro da nuvem dizendo: “Este é meu filho amado, a Ele ouvi ”. Jesus agora estava revestido da autoridade de Messias e desceu do monte para cumprir sua missão.
Tanto os apóstolos como o povo em geral esperava que Ele fizesse os sinais que Moisés fizera, inclusive, trazer do monte duas tábuas da nova lei escritas em pedra.  Jesus, no entanto, desceu com  mãos vazias e do mesmo modo quando Moisés desceu do monte e encontrou uma recepção preparada pelo diabo para desfazer a lei que acabara de ser escrita, satanás preparou também uma terrível recepção para desmoralizar Jesus quando descesse do monte.  
Veio ao encontro Dele uma multidão trazendo na frente um dos mais terríveis demônios que só se podia expulsar com jejum e oração, e disseram a Jesus: trouxemos este endemoniado para teus discípulos e eles não o puderam expulsar, se tu podes fazer alguma cousa tem misericórdia de nós. Era um desafio diante de uma grande multidão visando desmoralizá-lo. Mas Jesus os repreendeu dizendo: “ó geração incrédula, até guando os suportarei” e voltando para o endemoniado disse: “sai dele”, e ele saiu deixando-o livre. 
Ficamos a pensar porque Jesus não desceu do monte com as tábuas da nova  lei. Porque as palavras de Jesus eram muito mais fortes do que as tábuas da lei. Ele disse: passarão os céus e a terra mas as minhas palavras não hão de passar. As tábuas que Moisés trouxe se romperam porque eram de pedra, mas, as palavras de Jesus são mais forte que as pedras do mundo todo e o céu hão de passar. Ele não precisava de escrever muito pois trazia apenas um novo mandamento: "um novo mandamento vos dou  que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei" e isso é suficiente. Suas palavras  jamais se apagarão porque Ele é a própria Palavra encarnada. 

 Pr. Rosivaldo de Araújo