Conquistar uma cidade parece-nos ser uma tarefa das mais árduas que requer sabedoria, estratégia e muita coragem. Poucos foram aqueles que conseguiram realizar tal façanha. Não foi fácil conquistar-se a cidade de Berlim ao fim da 2ª guerra mundial, bem como, não foi de pequena monta para Davi conquistar das mãos dos jebuzeus a fortaleza de Sião e subjugar a cidade de Jericó conquistada somente pela intervenção divina.
No entanto, muitos desses conquistadores fracassaram em outras áreas diante de coisas bem mais frágeis. Certa feita estava em visita a um ilustre colega, do nordeste, quando entrou um grande amigo nosso, homem dedicado à evangelização, grande contribuinte da igreja, que gostava muito de ajudar e contribuir para os obreiros, missionários da igreja; ele estava visivelmente irritado com algumas coisas que aconteceram na igreja que o afetaram grandemente, e dirigiu-se ao pastor da igreja com palavras muito pesadas, cheias de rancor contra a igreja e contra as pessoas que o ofenderam, embora fosse pessoa tão boa não tinha domínio algum sobre o seu gênio violento, e aquele pastor, nosso colega, homem muito sábio e sereno ouviu tudo e tomando a Bíblia deu-a ao irmão para que o acompanhasse na leitura, e leu para ele sem muitos comentários apenas este versículo de Provérbios: “Melhor é o longânimo, do que o valente, e o que governa o seu espirito do que o que toma uma cidade” (Provérbios 16.32). O amado irmão após a leitura fechou a Bíblia, fechou a sua boca e ainda murmurando algumas palavras de revolta retirou-se deixando sua indignação pra trás.
A história secular relata o triste fato de “Alexandre o Grande” que depois de dominar um grande império sucumbiu diante de 16 canecas de vinho nas comemorações de sua vitória.
Domínio próprio é o fruto do Espirito mais difícil e mais raro de se encontrar produzidos pelos servos de Deus. Dos discípulos de Jesus o que menos demonstrou domínio próprio foi Pedro e, no entanto, esse era o que Jesus mais amava; também semelhante a Pedro era João conhecido por Boanerges, filho do trovão, mas depois de ser transformado passou a se chamado filho do amor e era o discípulo que mais amava Jesus.
Há um jovem que demonstrou com muita galhardia esse fruto produzido em sua vida. Em circunstâncias bem favoráveis esse jovem foi tentado pela mulher de seu patrão, mulher bonita e rica, resistiu-lhe fugindo e assumindo a culpa; inocentemente foi preso, mas a verdade o libertou mais tarde. José dominou seu espírito e conquistou não apenas uma cidade, mas um país inteiro.
O domino próprio é um dos mais preciosos frutos que o espirito humano pode produzir sob a ação do Espirito de Deus. O domino próprio é o pré-requisito que Jesus estabelece para aqueles que o querem seguir: negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz a cada dia “Nenhum deles se perdeu a não ser o filho da perdição” (Jesus o declarou). O domínio próprio evita a cobiça, o adultério, o furto, a violência, a inveja, uma serie outras de erros e pecados que assediam o espirito humano. Tem sido responsável por muitas dissoluções de casamentos, de divisão de igrejas, de fracasso de muitas firmas; se os homens tivessem o domínio próprio muito desvio de verbas publica seriam evitados, inclusive, muitas guerras e conflitos teriam sido abortados pela atuação de homens sensatos que possuem domínios próprios.
O mundo aplaude os valentes!
Aqueles que vencem a luta livre e consegue colocar o inimigo no chão usando sua força física, não importando os danos e as sequelas causados ao adversário, o mundo os aplaude; o importante que eles sejam vencedores, a exemplo das lutas de MMA.
O mundo aplaudiu Napoleão Bonaparte, Lenin a Stalin, a isto nos atesta o livro “Os Três Dias Que Abalaram o Mundo” (da revolução comunista); consta-se por exemplo que Napoleão na campanha da Rússia partiu da Europa com um exército de seiscentos e cinquenta mil homens e retornou de lá derrotado, apenas com cento e cinquenta mil, embora tendo perdido trezentos mil homens foi aplaudido pelo povo. Estes são considerados valentes que, o mundo aplaude. Aplaudem ainda, aqueles que a custo de negociatas e falcatruas conseguem burlar a lei e de subornar os mais fracos, para auferir grandes lucros e ostentarem um poder que não tem; sabemos que por trás de tudo isso está agindo incessantemente o gênio do mal que induz os homens a perdição, ao vício e a rebelião contra Deus.
Deus, no entanto, dispõe de um poder ilimitado no qual habita a plenitude do universo e que está igualmente presente nesse mundo agindo no homem e entre os homens. Esse Ser é o mais valente (Jesus) e “que entrando na casa amarra o valente e o expulsa”, capacitando o homem para enfrentá-lo. Aquele que leva o homem a controlar seu espirito, a agir com prudência e sabedoria, e assim, conseguir destruir as obras do mal, de sorte que, o valente voltando não encontrará mais guarida na vida do homem.
Felizmente a humanidade por fim pôde respirar aliviada e segura porque nasceu entre os homens um que dominou totalmente seu espírito, no episódio da cruz do calvário e diante de seus adversários mais ferrenhos não abriu a sua boca e pôde proclamar ao fim da sua trajetória terrena:
Eu Venci o Mundo!
Ele não conquistou apenas uma cidade, nem um povo, nem um império, mas, conquistou o Universo através do sangue da sua cruz, reconciliou todas as coisas com Deus. “É mais valente o homem que domina o seu espirito do que aquele que conquista uma cidade”.
Ele venceu o universo!
Pr. Rosivaldo de Araújo